Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência compreende o período entre 10 e 19 anos, fase de transição da infância para a vida adulta.
Todos já passamos por ela, temos plena consciência das suas dores e delícias!
É o momento marcado por impulsos do desenvolvimento pleno da pessoa: físico, emocional, mental, sexual, social e intelectual, porque é o momento das escolhas vocacionais, para atingir os objetivos relacionados com as expectativas culturais e financeiras do meio social onde vive.
Essa fase recheada de conflitos, dúvidas e surpresas principia com as surpresas corporais na puberdade, que cedem espaço para conflitos de aceitação, pertencimento, autoestima e se fecha, quando a pessoa consolida seu crescimento físico, sua personalidade torna-se estruturada e, progressivamente esse jovem vai adquirindo independência econômica, reconhecimento profissional, integrando-se em grupos diversos que sejam condizentes com seus parâmetros pessoais e suas ambições sociais.
Falando assim, parece, sim, PARECE simples, linear, harmônico. Contudo, esse período de transição pode tornar-se muito complicado para as pessoas envolvidas no desenvolvimento desse ser humano: o adolescente e seus pais.
Adolescente:
Você talvez já tenha dito isso algumas vezes: “PQP, eu sei o que estou fazendo!” “Já não sou mais criança, posso decidir!” “Você já disse isso, não cansa!?” “Me esquece!” (Sai irritado, bate a porta do quarto, quer morrer, sumir, desintegrar.) “Eu não quero passar o findi no sítio da vó, meus amigos estão combinando uma festa na casa da Paty!”
Ou talvez feito o seguinte: Camufla o fone de ouvido, aumenta o volume, enquanto seus pais fazem o discurso conhecido do quanto você errou, da sua dificuldade de entender a situação, do quanto eles estão investindo no seu futuro, que só querem o seu bem… blábláblá!
Pais: Você disse isso – com certeza – para seu filho, parente ou adolescente do seu convívio: “Você já não é mais uma criança!” “Você já está bem crescidinho para isso!” (quando o teen tem um comportamento inconsequente) “Enquanto você estiver sob meu domínio, você tem de me obedecer!” “Você é uma criança, não sabe o que faz!” “Você ainda não pode decidir isso!” (diante de uma atitude adolescente que contraria a ordem do lar)
Queridos Pais e Filhos, vocês estão diante da adolescência!!!!
Momento tensão para ambos, porque os pais, muitas vezes demonstram incapacidade de compreender e lidar com as mudanças tempestivas dos seus filhos, que buscam estruturar sua própria identidade, questionando as regras, driblando os limites propostos, isso é resultante de uma enorme instabilidade emocional e o desejo de crescer rápido se impõe com força e lógica, mas com imaturidade e inexperiência, próprias da idade.
Sim, queridos pais, é um VERDADEIRO desafio diários entender, conviver, equilibrar-se com este turbilhão de emoções e comportamentos.
O tempo passou, queridos!
Aquelas crianças estão treinando para serem adultos, por isso se tornam críticos, guardam segredos de você, tais como seus medos, suas angústias, suas paixões, sua intimidade e seus heróis.
Todos nós fomos e somos influenciados pelos heróis, nossos pais também configuram como heróis na construção da identidade do filho. Contudo, os adolescentes se revoltam contra os modelos paternos.
Você pode me perguntar: Por quê?
Eu lhe digo que isso acontece, porque o adolescente pensa que essa revolta é sinal de sair do domínio dos pais, significa pensar com a própria cabeça e possui seus benefícios, como por exemplo: separar e fortalecer a própria identidade e pertença aos próprios grupos sociais.
Outro item que pode se transformar em obstáculo nessa relação Pais e Filhos é diferença de gerações que se traduzem na diferença como se vê o mundo, a excassez de tolerância com a polaridade das pretensões entre os papeis pais e filhos adolescentes, gerando um aumento no comportamento rebelde e oposicionista.
Todo adolescente está focado em si mesmo, no seu mundo interno, por isso desvia o interesse do mundo exterior, para se diferenciar, tornar-se autônomo, ele fantasia que esse recolhimento compensa suas inseguranças na própria presença no mundo real. Nesse momento a ruptura com toda forma de autoridade se expressa com evidência nas ausências nas atividades familiares, nos relacionamentos com os pais, professores, treinadores e mentores espirituais.
A dificuldade de aceitar a autoridade dos adultos é equivalente à impaciência dos adultos em entender a instabilidade dos adolescentes.
Apresento-lhe agora 4 alicerces para a construção de uma adolescência saudável para seu adolescente: afeto, independência, negociação e diálogo.
Como colocar esses ingredientes – alicerces – na prática? Como ter uma adolescência saudável em 4 ações?
- Sinta Afeto:
Respeite o momento da pessoa que está na fase da adolescência. Cada um conhece a dor da adolescência, mas somente quem está vivendo sabe a SUA dor e que – certamente – é diferente, porque somos seres individuais.
- Construa Independência:
Respeitando o adolescente, você receberá o mesmo respeito. Todo adolescentes se considera maturo e não gostam de dar satisfações, em parte aprendizado com os adultos da família, por outro ângulo, esses teens precisam aprender que partilhar ideias, destinos e sentimentos, não significa fraqueza, mas sim partilhas. Seja exemplo! Fale sobre seus equívocos, seus medos, abrindo o canal, para que seu filho se sinta confortável e faça o mesmo, sem o medo de ser julgado.
- Desenvolva a Arte da Negociação:
Construa com seu filho contratos de boa convivência, esses acordos devem ser respeitados tanto por você (modelo a ser seguido) quanto por ele (resposta adulta ao modelo). Deixe claros e explicado os porquês de algumas proibições, restrições, assim como deixe claro quais são os seus objetivos com essas atitudes. Quando o adolescente entende e faz sentido para ele, a resposta é uma pessoa flexível, ousada, segura para ser ela mesma, porque ela conhece seus direitos e deveres, assim como conhece os riscos, ao romper o pacto. Desse modo acabaram as ameaças, castigos, brigas e arbitrariedades e surgem a flexibilidade, entendimento gerando progresso.
- Pratique a humanidade do Diálogo:
Esteja disponível, para entender a linguagem do seu filho, as músicas, os ídolos, a estética. Converse sobre como foi na sua adolescência. Conte sua história, suas dores, suas brigas com seus pais e como você e eles resolveram as diferenças.
Esteja aberto para ouvir sobre os amigos, os ‘ficantes’, respeitando a privacidade, a individualidade.
Desse modo você terá plena liberdade para altos papos sobre sexo, drogas, DST, com tranquilidade e rotina, porque as partes têm confiança um no outro, para compartilhar a vida.
Sabemos que uma família que respeita, ela agrega não só valor, mas também seus membros de maneira eterna.
A ação de transformação começa com o adulto – sempre – as crianças e os adolescentes aprendem com exemplos.
Bora lá, ser congruentes e educar pessoas mais seguras, íntegras e felizes.
Abraços Fortalecedores da Melcina.
“Estamos VIVOS!
Kaizen: Melhoria Contínua, porque O MELHOR – ainda – está por vir.”
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